3 de dezembro de 2010

O Menino Dinossauro



O Menino Dinossauro

Quando a lanchonete do tio Rubens foi inaugurada, eu tinha apenas seis anos. Lembro-me muito bem da festança!

Os sanduíches estavam pela metade do preço e os bolos de creme tinham realmente o gosto do creme.
Meu pai me puxava pelo braço, para lá e para cá, por causa das inúmeras pessoas que enchiam mais e mais a tal lanchonete, que no tempo era bem pequena.
Naquele momento a minha barriga roncava muitíssimo alta, e só não era ouvida por culpa das gritarias.
Suco de limão!”

“Torta de chocolate com beterraba!”
“Cadê o bendito do molho?!”

Enquanto isso, eu só pensava: “quando é que eu vou comer?”
Até que fui jogado num dos bancos, e posto à direção de meus olhos um pratinho de salgado. Eu já estava prestes a atacar o lanche... Quando de repente um ruído invadiu-me as orelhas:
CRESH. CRESH. CRESH.

Vir-me-ei espantado, feito uma criança curiosa que eu era, e avistei... Wow, vocês não vão acreditar! EU vi um dinossauro sentado bem na mesa da frente!
Ele estava de costas para mim e devorava toda a comida, enquanto balançava a calda e o pescoço de um lado para o outro.

Eu olhei em volta, procurando alguém para anunciar loucamente: “um dinossauro! Um dinossauro!”, mas ninguém olhava para mim.
Até que chamei o meu pai pela ponta de sua camisa e ele me olhou. Abaixou-se e colocou sua orelha em meus lábios para me ouvir melhor.

Pai! Eu vi um dinossauro! Olhe!”, apontei para a cadeira da frente, mas o bicho não estava mais ali.
Ele me olhou, pôs a mão em minha testa.
Filho, vamos embora que a comida deste lugar deve estar estragada”, ele puxou-me pelo braço.
Então eu fui carreado, mas antes de sair da lanchonete, eu vi pela ultima vez a calda do dinossauro no meio da multidão.

Pai! Ali! Ele está pegando mais comida!”, eu gritei, mas o carro já saia do estacionamento...
Naquele tempo eu pensava que era um dinossauro de verdade, mas hoje eu já sei que era uma pessoa fantasiada, afinal, nenhum dinossauro comeria na lanchonete do tio Rubens... A comida de lá é ruim.

FIM

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