29 de abril de 2014

Minha Garota

Mandei esse texto para o Desnamorados!


Ela debruçava-se sobre a pia tentando tirar a cor azul do cabelo.
Seria mais fácil se tirasse a tinta no chuveiro, mas o velho aparelho estava quebrado e era preciso comprar outro imediatamente.
Agia como se eu não estivesse ali sentado na poltrona velha e surrada segurando uma garrafa de soda de laranja. Como se eu fosse mais um de seus móveis antiquados, e isso me irritava.
Franz Ferdinand cantava em nosso apartamento através de um disco velho. Faltava pouco para a vizinha reclamar que a música estava muito alta, embora a mesma não atravessasse a porta. A velha com certeza usava um copo de vidro para ouvir os sons que vinham do nosso apartamento apenas para nos encher a paciência. Era sábado de manhã e eu só queria descansar, apenas queria estar na praia, mas a minha garota havia cismado em pintar o cabelo logo naquela manhã, e a única coisa que eu podia fazer era esperar.

Eu continuei naquela poltrona encaroçada, com minha garrafa quase no fim e com meu estômago doendo, só para vê-la andando de um lado para o outro feliz com sua nova cor de cabelo, como se fosse a coisa mais legal do mundo, perguntando se ficou bonita. E eu responderia que sim, que é a mulher mais bonita do mundo, mesmo sendo louca e tendo o cabelo pintado de verde.

4 de abril de 2014

3 dias em Cabo Frio com Raphael

  

Demoramos mais de 3h de ônibus até o nosso destino. Vi muitas montanhas e muuuuuitos cavalos, vi casas solitárias no alto dos morros e me lembrei do sonho que tinha quando era criança: queria morar sozinha no alto de uma montanha. Fiquei pensando se as pessoas eram felizes ou não, mas as casas pareciam meio abandonadas.
Chegamos no domingo quase de noite no bairro do Peró (olha isso, descobri que é uma palavra de idioma indígena e que significa "desalmados", lugar batizado assim por culpa dos portugueses sanguinários). Ficamos num ótimo hotel (só tenho elogios, além de ter pego um bom desconto no groupon ♥) de frente para a praia que tem 7 km de extensão (apenas 1 km urbanizado de quiosques e hotéis) e água cristalina. Passamos 3 dias e fazíamos questão de acordar cedo para andar quaaase  toda aquela areia.
O bairro é bem vazio quando não é temporada (eu não gosto de lugares lotados mesmo!), o comércio quase não abria e raramente se via umas 20 pessoas na rua.
Como não sabíamos que era necessário ir ao Centro de Cabo Frio (o que não é muito perto), pegar um ônibus para outro bairro apenas para andar de barco ou fazer mergulho, acabamos passando os dias inteiros na piscina, na praia e vasculhando o lugar, mas sem arrependimentos, isso só incentivou a voltar outra vez.
Conhecemos umas pessoas malucas e rimos muito, foi divertido pra caramba e risco da lista a minha primeira viagem.
Uma cadelinha que nomeamos de Mailou (antes de saber que era fêmea) nos seguiu por dois dias seguidos! Ela parece viver na praia e ser cuidada pelos moradores, pois estava bem tratada e conhecia todo mundo que passava. Raphael queria muito levá-la para casa e até deixou (eu insisti bastante) a pulseira favorita com ela (no outro dia ele encontrou o item na areia, mas a cachorrinha pegou de volta e escondeu).
Estava louca para desenhar e fotografar tudo que via, porém ou gravava tudo, ou aproveitava! Escolhi a segunda opção.
Aproveitei e aprendi a nadar (em piscina, preciso praticar no mar)! Finalmente! 
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