2 de agosto de 2012

Tudo e nada.


Sou música sem ouvintes a tocar num disco arranhado,
Sou brisa de outono no início de outro estação,
Sou o copo do leite no tapete derramado,
Sou cílio solto voando em qualquer direção.

Do outro lado do espelho eu sou a careta,
Sou a máquina de escrever sem tinta,
Sou carta esquecida dentro da gaveta,
Sou cálculo de zero vezes trinta.

Sou túmulo sem alma penada,
O mesmo bom-dia de todos os dias,
Riso incontido na hora errada,
Cactos que parecem margaridas.

5 comentários:

  1. Liiiiindo! Adoro esses poemas e você escreve muuito bem! Saudades de vir aqui no teu blog amoore...S2

    Beeijos
    www.blogmymemories.com

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  2. Adorei a frase "o mesmo bom dia de todos os dias"!
    me identifiquei bastante com o texto!
    bsous,
    http://ahasagata.blogspot.com

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  3. Entre tudo e nada,
    entre cactus e margaridas,
    a poesia.

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