19 de março de 2014
A Ventríloca
Pode parecer loucura, mas muitas das vezes as imagens que aparecem em minha cabeça não tem muito sentido no início, eu aprendi que meu subconsciente quer se expressar, e que ainda não me conectei inteiramente com o meu eu interior (ok, quanta loucura! rs). Deixa isso para lá, o caso é que eu costumo pegar no pincel e em muitos momentos não penso no que estou pintando, deixo a mão guiar.
Foi o que aconteceu com essa pintura, na qual nomeei de "A Ventríloca", pois nunca em meu núcleo de convívio a questão sobre o peso foi tão falada como agora, em casa minha mãe e minha irmã reclamam dos quilos extras, algumas amigas têm como meta emagrecer para se sentirem bonitas, muitas blogueiras que vi por aí também fazendo o 101 coisas em 1001 dias colocam que precisam emagrecer (inclusive algumas queriam pesar 45 quilos! muito abaixo de seus pesos saudáveis), e até eu mesma que não gosto de seguir o padrão de beleza, acabei sendo influenciada e me flagrei descontente olhando para o espelho desejando não ter ganhado uns quilinhos a mais, também já não me sinto muito à vontade usando uma camisa mais fresca que mostra o umbigo, e já fiquei meio envergonhada usando biquíni.
Esse descontentamento todo não surgiu assim do nada, somos sempre bombardeadas de propagandas mostrando como é bom ser magra e estar com o "corpo ideal" para a praia.
Também tenho amigas magérrimas que tentam emagrecer mais ainda, e o número de meninas que não se sentem bem em seu próprio corpo é alarmante.
É anti-ético nos fazerem de "ventrílocas" e fazer com que reproduzamos a ideia de que desejamos estar nos padrões milionários da moda.
Não precisamos continuar sentindo desgosto com nosso corpo apenas porque as empresas querem ditar quanto devemos pesar!
Adorei o termo "ventríloca" hahaha, e é realmente uma pena essa imposição que a sociedade como um todo nos faz, por padrões de beleza, comportamento, cultura...
ResponderExcluirNão seguir os padrões, chega a ser quase um masoquismo na sociedade em que vivemos infelizmente. Porém, acho que realmente o que vale a pena é nos sentirmos bem, e para isso basta ignorar um pouco a opinião alheia e ter bons amigos! hahaha
Sabe o que é interessante, eu estava vendo alguns comentários em meu blog em 2011 e achei um seu e resolvi por curiosidade dar uma passadinha aqui, e eis a surpresa, você ainda posta! Voltei a tentar rabiscar algo ultimamente (depois de 3 anos), não sei no que isso vai dar, mas acho que vale a pena tentar hahaha
Abraço!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito legal o seu raciocínio, e a pintura expressa-o certamente. Também escrevo assim em muitas das vezes. E por isso não costumo me cobrar tanto sobre a qualidade do que escrevo, apenas escrevo e isso me permite respirar quando jogo pra fora da minha cabeça aquilo que me sufoca. Se é esteticamente bonito ou não, aceitável ou não para a maioria das pessoas, nem sempre importa.
ResponderExcluirmais uma vez parabéns pelo blog.
20 de março de 2014 05:16
"A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão" - Alberto Caeiro.
ResponderExcluirAlém da pintura maravilhosa, você complementou super bem com esse texto! É complicado como essa imposição do "corpo ideal" mexe tanto com as mulheres, né? Mais da metade das minhas amigas já se enfiaram em academias e academias e querem emagrecer o mais rápido possível. E no final, todo mundo tá se matando pra ter um "corpo ideal" para os outros.
ResponderExcluirBeijos.
visitando o teu blog a única coisa que me passa na cabeça é: QUE INSPIRADOR!
ResponderExcluirExcelente! :)
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