Inktober acabou, mas eu ainda não

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Cheguei atrasada à metade do Inktober, mas fico feliz, pois esse foi o máximo que já cheguei em qualquer outro inktober huahua. Tem sido bem interessante desenhar essa coelha em preto e branco. 

Ela ainda não foi batizada, mas coloquei um storie no instagram para os leitores darem sugestões de nomes para ela. Recebi várias sugestões e já tenho alguns nomes escolhidos!

No início do mês, eu escrevi sobre a primeira semana do Inktober e postei os primeiros desenhos, além de explicar o desafio. Clique aqui para ficar sabendo! 

Agora são os desenhos dos dias 7 ao 16! O próximo post do inktober será sobre o final dele.

07. Apatia.

Não há sabor que me apeteça, não há música que me inspire. Não há carinho que me conforte, não há nada que faça eu me importar.

Por muito tempo senti apatia com a vida, isso se deve ao fato de ter depressão. Há momentos em que a ansiedade me faz sentir demais, e em outros a depressão me faz sentir nada. Não foi difícil fazer esse desenho, é algo bem familiar para mim.

08. Raiva.

Eu senti raiva a minha adolescência inteira. Raiva dos adultos que permitiam que coisas más acontecessem. 

Raiva dos homens adultos que mexiam comigo na rua quando eu tinha só 14 anos.

Os assédios começaram quando eu ainda nem tinha entrado na puberdade, mas aos 14 anos as situações se agravavam, e nenhum adulto estava ali para me ajudar.

09. Alegria.

Mesmo em tempos sombrios, me dá alegria ouvir gritos de resistência.

Não é tempo de medo, é tempo de ficar perto de quem luta pelos direitos de todos, se proteger, e gritar mais alto que o fascismo.

10. Atração.

Eu sinto atração por mulheres e por homens, dessa maneira, tenho chances em dobro de ser rejeitada.

Eu vivo ouvindo que por ser bissexual, tenho mais chances de beijar alguém. Isso é mentira huahua tenho mais chances de ser rejeitada. No final da noite, não beijo nem homem e nem mulher hahaha.

11. Horror.

Vejo conhecidos contra as minorias, conhecidos se declarando neonazis e anti-antifa, conhecidos que não pensariam duas vezes em me entregar aos fascistas.

As máscaras caem, as pessoas acham que agora tem aval para pregar seus preconceitos e seus discursos de ódio.

12. Culpa.

Uma vez matei uma aranha com um copo,

sem motivo algum.

Que direito tinha eu de tirar uma vida assim?

Agora eu presto a atenção quando estou na mesa da cozinha, ou quando sinto uma formiga andando pelo meu braço.

13. Dúvida.

Se permaneço com dúvidas em meu coração, é por ter medo de descobrir as respostas que podem me machucar.

Será que fulana gosta de mim? Não sei, na dúvida prefiro nem saber.

14. Angústia.

Sentimento familiar que percorre todo o meu ser. Queria eu poder me virar do avesso, e me desfazer desse corpo!

Muitas vezes só queria me desfazer em pedaços.

15. Loucura.

Tem uma voz que vem de dentro da minha mente. Sempre me diz coisas horríveis sobre mim mesma. Já tentei de tudo para calá-la. Até já bati a cabeça na parede incessantemente.

Não desejo isso à ninguém.

16. Otimismo.

Eu acordei cedo e bebi chá, fiz ioga, meditei, me exercitei, desenhei, li um livro. Tem dias que tudo dá certo!

Esses dias geralmente duram até às 10h da manhã hauhauhua mas pelo menos duram um pouco, né!

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