13 de agosto de 2011
Sugeridos pelo escritor francês Daniel Pennac no seu livro Como Um Romance.
Confira:
O direito de não ler.
O direito de pular páginas.
O direito de não ler um livro inteiro, até o final, de capa a capa.
O direito de reler, quantas vezes quiser.
O direito de ler qualquer coisa, não importa o quê.
O direito de acreditar nos livros (a quem sabe até ao bovarismo, uma doença “textualmente transmissível”).
O direito de ler em qualquer lugar, não importa onde.
O direito de ler uma frase aqui e outra ali, pulando de livro em livro.
O direito de ler em voz alta e de contar histórias.
O direito de não falar do que leu.
O escritor francês Daniel Pennac em seu livro “Como um romance”, aborda um tema desconhecido no Brasil: os direitos do leitor. O autor lança um manifesto contra “a obrigação de ler”, postura esta que vem afastando os jovens dos livros, massacrados pela imposição de critérios que não respeitam principalmente a individualidade do leitor. Acredita que, se houvesse alguma liberdade no ato de ler, mais estudantes desenvolveriam o gosto pela leitura. E é nisso que o livro de Daniel Pennac vem acrescentar em regime de urgência urgentíssima no Brasil: as estratégias para garantir uma relação gostosa com a leitura e o exercício pleno dos direitos do leitor.
O homem constrói casas porque está vivo, mas escreve livros porque se sabe mortal. Ele vive em grupo porque é gregário, mas lê porque se sabe só. Esta leitura é para ele uma companhia que não ocupa o lugar de qualquer outra, mas nenhuma outra companhia saberia substituir. Ela não lhe oferece qualquer explicação definitiva sobre seu destino, mas tece uma trama cerrada de conivência entre a vida e ele. Ínfimas e secretas conivências que falam da paradoxal felicidade de viver, enquanto elas mesmas deixam claro o trágico absurdo da vida. De tal forma que nossas razões para ler são tão estranhas quanto nossas razões para viver. E a ninguém é dado o poder para pedir contas dessa intimidade.
— Daniel Pennac